Na sua igreja você
conhece algum ex-Hippie? Ou algum ex-Skinhead, ex-emo,
ex-roqueiro, ou um muçulmano, surfista, skatista?
Por que normalmente não alcançamos estas tribos?
Porquê é tão difícil para eles serem atraídos para nossas igrejas?
A ideia deste livro surgiu
da necessidade da igreja hoje em atender as “tribos” urbanas existentes de
grande proporção nos grandes centros e dos grandes resultados das igrejas que
se desenvolvem na utilização destes moldes.
“Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo” (Mateus 28:19). O imperativo para a evangelização (fazei)
foi dado por Jesus Cristo pouco antes de Sua ascensão, deixando claro que essa
é a missão primordial da igreja. O texto citado acima diz que esse discipulado
deve ser para todas as “nações”, onde a palavra traduzida do grego como nações ἔθνος (ethnos) que significa povos, tribos, grupos étnicos e muitas vezes tinha
um sentido de povo estrangeiro, diferente, não judeus. Jesus Cristo convida Seu
povo a levar a mensagem do evangelho a todos os grupos étnicos do mundo e toda
parte do mundo.
A apresentação dessa
mensagem deve acontecer por meio de diversos métodos, contextualizando de
acordo com cada tribo, por isso escreveu Ellen White:
Os
obreiros de Deus devem ser homens de múltiplas facetas; isto é, devem possuir
largueza de caráter. Não
devem ser homens apegados a uma só ideia estereotipados em sua maneira de
agir, incapazes de ver que sua defesa da verdade deve variar segundo a
espécie de pessoas entre as quais trabalham, e as circunstâncias que se
lhes deparam. (WHITE, 1969, página 119, grifo nosso.)
Perceba em grifo que devemos variar levando em consideração a espécie de
pessoas (tribos) e as circunstancias que nos são colocadas em frente. Por isso
se faz necessário um estudo neste sentido, este livro não é completo em si
mesmo, mas é apenas um ponta-pé inicial, uma faísca no pavio para que você
entre à fundo neste assunto e coloque-o em prática na sua comunidade/igreja.
O
obreiro de Deus deve estudar cuidadosamente métodos melhores, a fim de não
despertar preconceitos nem combatividade. Eis onde alguns têm fracassado.
Seguindo suas inclinações naturais, têm fechado portas pelas quais, com outra
maneira de agir, poderiam ter encontrado acesso a corações e, por intermédio
desses, a outros ainda. (WHITE,
1969, pág. 118)
Um dos meios mais eficazes de comunicar a luz é o trabalho particular,
pessoal. No círculo familiar, no lar do vizinho, à cabaceira do doente, de
maneira tranquila podeis ler as Escrituras e falar acerca de Jesus e da
verdade. Lançareis, assim, preciosa semente, que germinará e produzirá fruto.
(WHITE, 1985)
O mesmo Jesus que deu o imperativo para fazer discípulos em Mateus 28:19,
também deu o exemplo do que era necessário para a execução dessa ordem. “E o Verbo se
fez carne, e habitou entre nós...” (Jo 1:14). Cristo poderia vir em Sua forma unicamente divina, mas adotou a forma humana para identificar-se com o alvo de
Sua missão, sofrendo inclusive as consequências do pecado nas limitações do
corpo humano, passando também pelas aflições humanas “...porém um que, como nós, em tudo foi tentado,
mas sem pecado” (Hb 4:15) sabendo que dessa maneira poderia atrair o ser
humano a Sua mensagem “atrairei
todos a mim” (Jo 12:32). Jesus praticava diariamente esses princípios. Eis a
declaração de Ellen G. White a respeito de Seu contato com as pessoas:
Jesus via em cada alma alguém a quem
devia ser feito o chamado para Seu reino. Aproximava-se do coração do povo
misturando-se com ele como alguém que lhe desejava o bem-estar. Procurava-os nas ruas publicas, nas casas particulares, nos barcos, na
sinagoga, às margens do lago e nas festas nupciais. Ia-Lhes ao encontro em suas
ocupações diárias, e manifestava interesse em seus negócios seculares. Levava
Suas instruções às famílias, pondo-as assim, no próprio lar, sob a influência
de Sua divina presença. A poderosa simpatia pessoal que dEle emanava,
conquistava os corações. (WHITE, 2004 p.
143)
“Jesus via em cada alma alguém a quem devia ser feito o chamado para Seu
reino.”, enquanto vemos apenas com os olhos humanos pessoas rebeldes,
diferentes, separatistas e marginalizados Jesus Cristo vê um discípulo em potencial.
Jesus é o Exemplo da igreja, e a Sua abordagem evangelística era muito
eficaz, de maneira que elas se sentiam atraídas a Ele e logo se tornavam Seus discípulos Quando se encontrava Jesus era despertado nos corações sinceros os
mais belos sentimento, pois o Salvador procurava conhecer a pessoa e lhe
comunicar a mensagem de maneira que entendesse.
“Se o
comunicador deseja ser ouvido e entendido, deve começar com o ouvinte, onde ele
se encontra; não onde imagina que ele esteja ou onde gostaria que estivesse –
contextualização. A
Encarnação é o maior exemplo de contextualização.” (SANTOS, p. 635)
Ellen White endossa:
Muitas
almas têm sido desviadas para uma direção errada, e assim perdidas para a causa
de Deus, devido à falta de habilidade e sabedoria da parte do obreiro. O tato e
o critério centuplicam a utilidade do obreiro. Se profere as palavras
convenientes no tempo oportuno, e manifesta o devido espírito, isso terá no
coração daquele que ele está procurando ajudar, uma influência capaz de o
comover. (WHITE, 1969, p. 119)
Para a aplicação da técnica evangelística bíblica, é necessário ir até o pecador e não esperar que ele
venha a nós, e não somente ir, mas ir de maneira que o evangelizado se
identifique com o evangelizador. “... as pessoas se tornam cristãs mais prontamente quando são
apresentadas a Cristo por alguém mais assemelhado a elas.
Segundo o princípio da unidade homogênea “as pessoas se sentem mais
confortáveis entre outras de seu próprio grupo/tribo.” e “as pessoas se tornão
cristãs mais prontamente quando são apresentadas a Cristo por alguém mais
assemelhados a ela.” [...] “Classe social e status econômico são tambem fatores
que atraem e congregam certas pessoas, come exclusão de outras.” (SHENK, 1995,
p.117). Jhon Burke que é pastor de uma desenvolvida e prospera igreja nos
Estados Unidos chamada Gateway diz que “as pessoas anseiam unir-se com quem
possam relacionar-se.
Mark Finley, pastor e renomado evangelista conclui que:
“Indivíduos de mente secularizada
não são conquistados por programas, mas por outros indivíduos que desenvolvam
um relacionamento interpessoal com eles. Os seremos humanos respondem à
bondade. A amizade genuína quebra preconceitos. Não conseguiremos ganhar
pessoas para Cristo tentando argumentar contra elas.” (FINLEY, 2001, p.36)
Precisamos contextualizar a mensagem.
Cada
geração cristã defronta com este problema de aprender como falar ao seu tempo
de maneira comunicativa. É problema que não se pode resolver sem uma
compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta.
Para que consigamos
comunicar a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos que conhecer e
entender as formas de pensamento da nossa geração. (SCHAEFFER, 1974, p.5)
esta é a introdução do meu livro. (quase saindo)
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